MEU LEMA

Thursday, March 28, 2013

AUTORIDADE SEGUNDO O EVANGELHO -



Para que nos foi dada a autoridade? Seria privilégio concedido a alguns ou um direito adquirido? Qual a influência do superior sobre o subordinado? Autoridade, segundo Michaelis eletrônico, vem do latim auctoritate, tendo como uma de suas definições “direito ou poder de mandar”. Todos nós possuímos autoridade, seja no lar, no trabalho ou num grupo ao qual pertençamos. Pode ser que esta autoridade não perdure em todos os momentos de nossas vidas, mas em alguns momentos, já a possuímos.
A instrução espiritual assinada pelo Cardeal Morlot em Paris no ano de 1863 inserida no “O Evangelho Segundo o Espiritismo” capítulo XVII, item 9, responde as questões acima propostas: “a autoridade não nos foi concedido para satisfazer o fútil prazer do mando, nem como um direito ou uma propriedade. Ninguém pode dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem o seu consentimento. O depositário da autoridade detém a responsabilidade de um encarregado de almas, pois responderá pela boa ou má orientação que der aos seus subordinados, e as faltas que estes puderem cometer, os vícios a que forem arrastados em conseqüência dessa orientação ou dos maus exemplos recebidos, recairão sobre ele.  Da mesma maneira, colherá os frutos de sua solicitude, por conduzi-los ao bem”. O primeiro juiz que possuímos é a nossa consciência. Ela é a voz silenciosa que nos fala no íntimo, mostrando o caminho a seguir. Assim como o que comanda tem suas obrigações e responderá pelo mau comando que exerça, também o comandado responderá pelas faltas que cometer.
A nossa sociedade, da forma como está, e mais ainda, com os Espíritos com os quais estamos vinculados à Terra, ainda não pode experimentar uma forma de comando diferente da que existe. É o freio e a espora que necessitamos para aprender de forma mais intensiva. Aproximam-se os tempos em que não haverá mais necessidade disso; os superiores e os inferiores continuarão existindo, mas será a superioridade moral que nos distinguirá.
Graças a Deus vai ficando para trás o tempo da obediência cega, tempo em que as determinações superiores, mesmo as mais absurdas, deveriam ser cumpridas sem nenhum questionamento. Questionar era o mesmo que ponderar, ou seja, o cometimento de uma transgressão disciplinar, por uma posição de confronto com as ordens de um superior, caracterizando desrespeito ou transgressão que poderia ser agravada conforme cada situação. Os melhores eram justamente os mais durões, os que se impunham pela força. Geralmente o respeito ao superior era associado ao temor. A cada dia observamos melhores níveis de conscientização quanto ao uso da autoridade. As velhas práticas do autoritarismo, onde prevalecia sempre a palavra do superior, vão ficando para trás. Hoje em dia geralmente os superiores estão mais próximos dos subordinados, ouvindo-os e oferecendo o apoio moral necessário sem correrem o risco de serem tachados de bonzinhos.    
O Vade-mécum de cerimonial militar do Exército brasileiro publicado pela portaria número 156 de 23 de abril de 2002 ressalta importantes posições sobre o uso da autoridade: - Trato do subordinado com bondade, dignidade, urbanidade, justiça e educação, sem comprometer a disciplina e a hierarquia. - Incentivo ao exercício da liderança autêntica que privilegie a persuasão em lugar da coação e que seja conquistada não pelo paternalismo, mas pela competência profissional, aliada à firmeza de propósitos e à serenidade nas atitudes. -  Importância do exemplo pessoal, do desprendimento e do respeito ao próximo, demonstrados pelos chefes em todos os escalões, como incentivo à prática de atitudes corretas por parte de cada um. - Não confundir rigor com mau trato, nem bondade com "bom-mocismo".
As barreiras vão desaparecendo, através de um tratamento humano e igualitário. Graças a Deus, o tipo durão e autoritário já não floresce como antigamente. A cada dia, os oficiais e as praças mais se aproximam e mais se respeitam. Dureza, truculência, exigências descabidas, são páginas viradas. Hoje em dia o que mais conta é a competência, o espírito humanitário, o companheirismo verdadeiro e o respeito mútuo.

FRANCISCO DE ASSIS ALENCAR